Marcelo Dutra da Silva
Uma vitrine de oportunidades para a região
Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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Quando risquei minhas primeiras linhas no Jornal, no ano de 2006, não imaginava que veríamos tantas mudanças na cidade e por toda região. Algumas questões permanecem iguais e tão graves quanto antes, mas outras ganharam notoriedade e importância. E é isso que realmente importa. Apesar de sempre ter estado mais próximo das questões de meio ambiente, dentro de um extenso cardápio de temas relacionados, nunca estive afastado do debate central da sustentabilidade, que necessariamente inclui aspectos sociais e de governança, sobretudo na gestão pública.
Por muito tempo insisti na tecla da correção, do remédio, na tentativa de reverter estragos, muitas vezes irrecuperáveis. O Ministério Público foi e tem sido um grande parceiro nesta luta, que já conseguiu frear diversas irregularidades e iniciativas desconcertantes, inclusive da administração pública e do Poder Legislativo. Mas essa caçada de gato e rato nem sempre trouxe o melhor resultado. Pior, algumas batalhas foram tragicamente perdidas, com muito desgaste e prejuízo, ainda que não tenha faltado aviso e/ou tentativas de alertar.
Sem dúvida, prevenir será sempre melhor do que remediar e muitos dos problemas que nos deparamos no dia a dia da cidade, especialmente quando tratamos do conflito ambiental, poderiam ser facilmente evitados se um pouco mais de responsabilidade socioambiental estivesse incluído no modelo de negócio. Boa parte do que vemos acontecer de ruim e tudo que tentamos questionar, de alguma forma, passa pela conduta das empresas e da sua cultura de governança.
Empresas sustentáveis têm propósito e são menos sujeitas a embarcar em situações de conflito, são menos vulneráveis às adversidades do mercado e contribuem de forma verdadeira para o desenvolvimento. São empresas com impacto positivo na sociedade, que precisam ter suas práticas reconhecidas e valorizadas. Práticas que incorporadas ao modelo do negócio o elevam para outro nível de segurança e de oportunidades. Mas tornar essas práticas conhecidas por todos é um grande desafio, ao qual estamos imbuídos a enfrentar.
O workshop ESG & Sustentabilidade, realizado no final de junho, nos dias 29 e 30, foi palco de diversas experiências locais e da região de empresas que já adotaram as melhores práticas no negócio, incluindo empresas com alcance nacional e internacional, como as de logística instaladas no Porto. Empresas que surpreenderam a todos pela maturidade, pelas ações executadas na comunidade e quanto vêm contribuindo para um futuro mais sustentável, nosso e das próximas gerações. O evento foi tão intenso que despertou uma tempestade de boas ideias, entre elas a de uma feira de negócios sustentáveis, a ser realizada na edição do próximo ano; a criação de uma entidade de interessados nas boas práticas ESG, neste momento dentro de um grupo de WhatsApp que em pouco tempo vai reunir mais 500 membros; a criação de uma disciplina na universidade; e uma revista para divulgar as empresas sustentáveis da nossa região.
A revista Painel ESG & Sustentabilidade será uma vitrine da sustentabilidade corporativa. Um espaço não comercial com foco nas melhores práticas ESG incorporadas pelas empresas que compõem o ecossistema econômico gaúcho, particularmente o ambiente de negócios da Metade Sul. A revista Painel está sendo construída com muito carinho e vai trazer, na sua primeira edição, as falas dos painelistas do workshop, entre outros registros e participações especiais. Será publicada semestralmente e o primeiro volume será lançado em dezembro. Um espaço pioneiro, inovador e carregado de oportunidades. O ESG vai além dos negócios. O investimento em sustentabilidade vai revolucionar nossas vidas.
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